PRESSUPOSTOS PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

 

 

Prof. Ms. Hélcio de Pádua Lanzoni

 

Aluna:  Sônia Cristina da Silva Schiasse                            

 

RESUMO E GLOSSÁRIO

 

SEGUNDA LÍNGUA- TEORIA DA AQUISIÇÃO-  KRASHEN 1987

As cinco hipóteses: 

·         a diferença entre aprendizagem e aquisição

·         a ordem natural

·         o monitor

·         o input

·         o filtro afetivo

1-Aquisição /Aprendizagem

Muito do que é dado em sala de aula o aluno aprende, mas não adquire.

Idealmente para “Krashen” o ensino precisa ser adquirido para não ser esquecido e o aluno só adquire se o assunto proposto for interessante e ou relevante.

A competência pode ser desenvolvida de duas formas em uma Segunda Língua:

A primeira forma é através da linguagem de aquisição, um processo que atua no subconsciente quando o ensino pode ser implícito, informal e natural.

A Segunda forma é através da linguagem de aprendizagem que se refere ao conhecimento consciente para uma Segunda Língua, através de regras , do ensino explícito.

2-Ordem natural

A ordem de aquisição de uma Segunda Língua não é a mesma para a aquisição da primeira língua, mas há algumas similaridades.

            A hipótese propõe que o aluno receba a língua num todo e então ele a usará de acordo com a necessidade, não sendo necessário um seqüenciamento  pré-estabelecido porque o aluno decidirá a seqüência própria.

 3-Monitor

      O monitor pode ser interno ou de procedimento, e ele pode não ser ativado mesmo

 estando arquivado, então no momento de produção oral ele pode ou não ser aplicado.

      Ele também pode ser utilizado em excesso e poderá atrapalhar e dificultar a

comunicação.

Com relação ao uso do monitor é importante considerar as condições que são

necessárias mas não totalmente eficientes:

-        o tempo real de comunicação;

-        o foco na forma que sustenta o assunto;

-        o conhecimento das regras.

         As variações individuais no uso do monitor podem ser classificadas em três tipos básicos de desenvolvimento:

-          o uso constante que impede a fluência e pode interferir na comunicação;

-          o “não” uso por opção ou por falta de conhecimento ;

-          menor necessidade de uso por conta da competência do usuário.

4-Input

 Esta hipótese afirma ser necessário adquirir ,não aprender.

        Quando é oferecido ao aluno vocabulário ,estrutura e mais conhecimento num nível um pouco acima da  competência do aluno que funciona como pequenos desafios que contribuem para o bom aproveitamento do aluno. Então a comunicação tende a ser bem sucedida porque o input é apreendido e resulta em produções satisfatórias de habilidades de imersão.

5-Filtro afetivo

       O filtro afetivo pode muitas vezes bloquear informações que impedem o aluno de se lembrar de coisas importantes e a maioria destas causas podem ocupar o lugar dentro de uma destas três categorias citadas:

-          motivação;

-          autoconfiança;

-          ansiedade

A hipótese do filtro afetivo explica que é possível chegar a competência do falante nativo ou ocorrer a fossilização dependendo do input que passa pelo filtro afetivo.

 

DEFININDO COMUNICAÇÃO

Comunicação pode ser entendida aqui por ter as seguintes características(Canale 1983:03): como uma forma de interação social, o envolvimento de criar em formas e mensagens, ocupar lugar no discurso e em contexto sócio-cultural, Ter propósito, julgar , negociar informações através da linguagem verbal e não verbal e produzir e compreender processo.

 

COMPONENTES DA COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

            Esta teoria incluí quatro áreas de conhecimento e habilidades: competência gramatical, competência sóciolingüística, competência discursiva e competência da estratégia.

 

DEFININDO ABORDAGEM COMUNICATIVA

            As  abordagens podem ser de formas gramaticais ou comunicativas. As formas gramaticais ( i.e. formas fonológicas, formas morfológicas, padrões sintáticos, formas gramaticais lexicais) e a abordagem comunicativa que é organizada nas funções de base da comunicação (apresentar desculpas, descrever, convidar, indicar).

 

A INFLUÊNCIA DAS ABORDAGENS NO USO  

            O foco na forma x o foco no uso discute  as abordagens implícitas e explícitas de ensino gramatical no desenvolvimento de habilidades comunicativas para o uso da língua alvo. Partidários de uma abordagem mais primordialmente comunicativa costumam condenar um ensino mais formal ou estrutural como formadores de alunos repletos de conhecimentos  que não colocam em prática. Por outro lado outros tantos alunos quanto professores  partilham de uma agradável sensação de “ordem”  quando a gramática é ensinada de um modo mais formal , mesmo que de forma implícita.

            Quanto aos aprendizes deve ficar bem claro a que ponto de proficiência estes pretendem chegar, pois para muitos , uma interlíngua é completamente suficiente mas para outros que desejam adquirir um grau mais elevado de proficiência na língua, a longo prazo, a gramática explícita pode ser muito eficiente.

 

CONSIDERAÇÕES SOBRE COMPETÊNCIA E ENSINO COMUNICATIVOS

Podemos definir Competência comunicativa de várias formas:

“ Competência comunicativa é o aspecto da nossa competência que nos capacita a exprimir e interpretar mensagens e negociar sentidos interpessoalmente dentro de contextos específicos.” ( Brown, 1994:227)

“Competência comunicativa é relativa, não absoluta, e depende da cooperação de todos os participantes envolvidos.” ( Brown,1994:227)

“A estrutura teórica para a Competência Comunicativa inclui quatro áreas de conhecimentos e habilidades: Competência Gramatical, Competência Sociolingüística, Competência Discursiva, e Competência Estratégica (Canale,1983: 06)

“A noção de Competência Comunicativa inclui não só Competência Gramatical (conhecimento implícito e explícito sobre as regras gramaticais), mas também Competência Contextual ou Sociolingüística ( conhecimento das regras  de uso da linguagem)”.

( Canale& Swain, 1980: 04)

Além da competência , seria relevante também definir aquilo que pode ser chamado de Ensino Comunicativo:

            “ O ensino comunicativo em uma língua estrangeira é aquele que organiza as experiências de aprender em termos de atividades/ tarefas de real interesse e/ou necessidade do aluno para interação com outros falantes- usuários da língua; ou o Ensino comunicativo é aquele que não toma as formas da língua descritas nas gramáticas como modelo suficiente para organizar as experiências de aprender outra língua mas sim aquele que toma unidades de ação feitas com linguagem como organizatórias das amostras autênticas de língua alvo que vão oferecer ao aluno- aprendiz”. ( Almeida Filho, 1993:47).

TRANSFERÊNCIA, INTERLÍNGUA, FOSSILIZAÇÃO

 A Tranferência pode ser positiva ou negativa, sendo que a primeira facilitaria a aprendizagem enquanto a outra  com padrões da língua alvo pode levar a erros com origem na língua materna. Podemos mencionar fatores sócio- culturais, personalidade, fatores biológicos, idade e influência da língua nativa.

A Interlíngua é a mistura de línguas no processo intermediário , quando a LE e L1 se fundem .

No final dos anos 60 a aprendizagem de línguas estrangeiras passa a ser vista dentro de um contexto significativo, onde a criatividade ocupa lugar no seu ambiente lingüístico.

Os erros ganham status porque são considerados resultados do processo.

Interlíngua é um processo que representa a colocação da linguagem produzida pelo aprendiz em uma categoria intermédiaria própria e também tem como uma das causas a necessidade humana de tentar organizar o caos lingüístico legítimo, o qual parece ser capaz de apaziguar a insegurança do aprendiz. A interlíngua é um sistema próprio que se organiza em torno de si , promovendo a libertação da Hipótese de Análise Contrastiva.

Esta sistematicidade produzida é considerada como influência da língua nativa do aprendiz.

Assim sendo, na Análise Contrastiva acreditava-se que a sistemacidade presente na linguagem do aprendiz era basicamente aquela da sua própria língua nativa que formava gradualmente o sistema da língua- alvo até que este conceito começou a ruir. Então passou-se a observar que a transferência de dados lingüísticos era apenas um dos fatores.

Os aprendizes passam pelos estágios de desenvolvimento desde o pré – sistemático, onde ele comete erros aleatórios, passando pelo estágio emergente onde ele evita usar aquilo que não tem certeza, prosseguindo pelo estágio verdadeiramente sistemático quando ele começa a se corrigir com a ajuda de outros , chegando enfim no quarto estágio, o de estabilização quando já é possível se auto corrigir.

A interlinguagem também pode ser vista do ponto de vista variável. Tipos de variabilidade como a sistemática e não- sistemática podem ser considerada básicas  no processo, gerando a variabilidade individual e contextual a partir da sistemática, que podem estar inseridas num contexto lingüístico ou situacional.

 

 

 

A Fossilização pode acontecer  a partir da internalização de dados incorretos, quando o aprendiz não assume uma postura perseverante perante o processo de aprendizagem.

       O fato que chama atenção é que alguns alunos não alcançam o nível 3, o que levou Higgs e Clifford ( 1982) a identificarem um fenômeno chamado de “Terminal 2”, quando o aluno inicia o treinamento em um nível de proficiência 2 mas não ultrapassa a marca 2+, deixando assim de atingir a habilidade lingüística necessária para suprir as exigências do padrão de proficiência requerido.

 

DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E QUESTÕES AFETIVAS

Os fatores como personalidade, motivação, estilos de aprendizagem e aptidão

lingüística têm identificado diferenças entre os aprendizes, ao invés de considerá-los blocos compactos e de características semelhantes.           

       Um aspecto relevante à observação dos fatores que compõem as diferenças

individuais é a extroversão / introversão  do aprendiz. Os Estilos cognitivos também são  conhecidos como fortes evidências neste processo de diferenciamento.

       Outro fator que pode ser mencionado novamente é o filtro afetivo variando em

motivação, autoconfiança e ansiedade. As atitudes do aprendiz também devem ser levadas em consideração quando se procura melhor compreensão de determinadas ações e reações dos aprendizes de inglês.

       A aptidão é um conceito um tanto excludente e fatalista, sendo por muitos

considerado preconceituoso, porém no processo de aprendizagem de línguas não pode ser negado. Já o termo ansiedade é outro fator que pode ser importante se for apresentado em baixo grau, porém em excesso pode levar indivíduos a desempenhar atividades sem propósito suficiente.

A pesquisa sobre crenças e expectativas também identifica noções pré – concebidas  sobre a aprendizagem de uma língua estrangeira.

 

 

MOTIVAÇÃO

Consideremos basicamente dois tipos de motivação mais específicos: Motivação Integrativa e Motivação Instrumental. Uma, envolvendo a relação do aprendiz com o grupo cultural da língua- alvo e adotando novos hábitos lingüísticos; outro, que se caracteriza pelo desejo de ganhar reconhecimento social ou vantagens econômicas através do domínio de uma língua estrangeira.

MOTIVAÇÃO EXTRÍNSICA

       Aquela que deriva de algum tipo de incentivo externo, ao contrário do desejo de aprender em si, ou pelo interesse em tarefas.

MOTIVAÇÂO INTRÌNSICA

       Aquela que pode ser definida pelo desejo generalizado de investir esforço na aprendizagem por si só.

 

 

 

 

 

                                                

 

 

GLOSSÁRIO

 

 

 

ANÁLISE CONTRASTIVA – sistema lingüístico de recorrer à sua língua nativa de modo sistemático e previsível.

 

APPROACH – abordagens, crenças sobre determinados assuntos dentro do ensino- aprendizagem.

 

APTIDÃO LINGÜÍSTICA – habilidade de codificação fonêmica, sensibilidade gramática, habilidade indutiva de aprendizagem de línguas, memória e aprendizagem.

 

ENLIGHTENED – esclarecido, com princípios embasados a partir de vários estudos.

 

ESTILOS COGNITIVOS – compreensão através do hemisfério esquerdo do cérebro determinado “analista e/ou o hemisfério direito, o “poeta”.

 

FILTRO AFETIVO – variáveis afetivas que podem ser divididas em três categorias básicas: motivação, autoconfiança e ansiedade.

 

FOSSILIZAÇÃO – a estabilização do nível de proficiência lingüística.

 

INPUT – insumo , material exposto de aprendizagem.

 

INTERLÍNGUA – processo em que o aprendiz numa categoria intermediária produz um língua.

 

LANGUAGE ACQUISITION – processo subconsciente quando a competência é adquirida atravé da aprendizagem implícita.

 

LANGUAGE LEARNING – processo que se refere ao conhecimento consciente com gramática , regras . Processo através da aprendizagem explícita.

 

METHOD – como o plano sistemático é apresentado a partir da abordagem selecionada.

 

MONITOR – recurso que sugere a correção própria do aprendiz durante  o uso da Segunda Língua.

 

MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA – aquela que deriva de algum tipo de incentivo externo.

 

MOTIVAÇÃO INSTRUMENTAL – caracterizado pelo desejo de ganhar reconhecimento social ou vantagens econômicas através do domínio de uma língua estrangeira.

 

MOTIVAÇÃO INTEGRATIVA – desejo do aprendiz  de se inserir na sociedade – alvo, ou entre os falantes  nativos da língua em questão.

MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA- pode ser definida pelo desejo generalizado de investir esforço na aprendizagem por si só.

 

PID – mistura de idiomas que sugere um mínimo de comunicação.

 

PROFICIÊNCIA – escala que classifica os perfis de competência da habilidade lingüística

do aprendiz.

 

SOTAQUE – marca de identidade da língua materna.

 

TECHNIQUE – atividades específicas aplicadas na sala de aula que sejam consistentes com o método e abordagem em harmonia.

 

TRANSFERÊNCIA – influência da língua materna na  língua- alvo.